7.18.2006

Escrevi-te

Tantas vezes inundada em lágrimas.
Tantas vezes aos gritos.
Tantas vezes em noites caladas.
E pedi.
Pedi tantas vezes que fosses meu.
Pedi tanto que fosses meu.
Só pedia que fosses meu.


Agora quero estar só.
Secar.
E amar este choro sem lágrimas.

7.14.2006

Voltei a acreditar em fadas

(Dizes-me) Shhh, não contes a ninguém.
E esticas o teu dedo indicador encostando-o aos meus lábios.
Não conto, Amor. Mas voltei a pensar em fadas. Em pós mágicos. Em sapatinhos de cristal.
(Dizes-me) Shhh, guarda-nos para ti.
E a minha boca reage aconchegando-se à tua.
Não conto, Amor. Mas voltei a acreditar em fadas. Em vestidos prateados. Em príncipes encantados.



(Digo-te) Shhh, não contes tu também a ninguém. E o teu corpo volta a procurar o meu. Não contes, Amor. Porque eu voltei a falar com fadas. Voltei a sonhar com castelos. Porque a vida é um conto de fadas e eu tenho medo de quebrar o encantamento.

7.11.2006

Silencio frio

Escuto o pestanejar pausado dos teus olhos e o silencio de cemitério do nosso campo de batalha. Vejo a tua boca que se vai silenciando. Assisto resignada ao teu olhar que se transforma em pedra. E deixo de sentir o teu corpo já translúcido.
Fico aqui contigo.
Fico aqui contigo com o meu ouvido junto ao teu peito.
Escuto-te até que deixes de bater.
Até que me deixes de bater.
Até que me deixes finalmente morrer.