7.11.2006

Silencio frio

Escuto o pestanejar pausado dos teus olhos e o silencio de cemitério do nosso campo de batalha. Vejo a tua boca que se vai silenciando. Assisto resignada ao teu olhar que se transforma em pedra. E deixo de sentir o teu corpo já translúcido.
Fico aqui contigo.
Fico aqui contigo com o meu ouvido junto ao teu peito.
Escuto-te até que deixes de bater.
Até que me deixes de bater.
Até que me deixes finalmente morrer.

23 Comments:

At terça-feira, 11 julho, 2006, Anonymous Anónimo said...

Beeemmm......

 
At terça-feira, 11 julho, 2006, Anonymous Anónimo said...

HIM: "The Sacrament"

I hear you breathe so far from me
I feel your touch so close and real
And I know
My church is not of silver and gold,
It's glory lies beyond judgement of souls
The commandments are of consolation and warmth

You know our sacred dream won't fail
The sanctuary tender and so frail
The sacrament of love
The sacrament of warmth is true
The sacrament is you

I hear you weep so far from me
I taste your tears like you're next to me
And I know
My weak prayers are not enough to heal
Oh the ancient wounds so deep and so dear
The revelation is of hatred and fear

You know our sacred dream won't fail
The sanctuary tender and so frail
The sacrament of love
The sacrament of warmth is true
The sacrament is you

Bjs Zofia

 
At terça-feira, 11 julho, 2006, Anonymous Anónimo said...

São 22H40. É o chamado "BuéDA" tarde (há quem use "Bué de", mas isso parece-me demasiadamente sofisticado) para sair do trabalho.
Base line é que esta é a hora do limbo. É tarde demais para ir dar uma corrida, é cedo demais para ir beber uma cerveja e ao mesmo tempo, tarde demais para o mundo, porque pensas que tudo aquilo que gostavas de ter feito hoje depois do trabalho, já só é feito se queimares horas de sono. Um dilema é o que te digo.
Agora sim, estou a ficar sem grandes ideias. Sentia-me cheio de criatividade quando aqui cheguei. Agora saiu tudo, como se estivesse colado com "cuspo" (ou cuspe), antes de um exame qualquer. Daqueles em que se começa a estudar a esta hora… para amanhã.

___________________


Ocorreu-me ler o teu post agora, porque até então, cheguei e comecei a escrever directo. Mas afinal tu estas a passar os olhos por aqui e acaba por ser no mínimo justo faze-lo. A minha interpretação radical a ele (post), sem querer de modo algum ser ofensivo, é… ir sair com uma amiga minha (amiga… bem, mais conhecida que amiga) e estar a ouvi-la falar. Sei que escreveste aquilo com montes de sentimento e a criatividade habitual (um pouco menos neste post, embora a foto esteja boa: são olhos e vê-se uma sombra “minha” no “teu” rosto?), mas na realidade hoje a vida está encarada desta forma. Amanhã se calhar isto tem um significado totalmente diferente. Nada de criticas porque o Principezinho lido em idades diferentes ou apenas estados de humor diferentes, é entendido de formas diferentes.


OK, o blog cumpriu a sua função. Já saí da hora do limbo, já posso entrar para um rol de opções muito mais simples e básicas. Nós homens não conseguimos fazer raciocineos muito complexos. Por alguma razão desligamos o rádio do carro antes de o estacionar.


XX, J


P.S. Como isto agora tem o "comment moderation", já podes escolher o que aparece ou não e é por isso que aparece aqui este grande “comment” da… treta. E neste caso especificamente, confio que tomes a opção mais acertada ao escolher entre esses dois botões para onde estas a olhar. :)

 
At terça-feira, 11 julho, 2006, Blogger Pâncreas said...

Quiseram os designios do tempo que assim voasem estas translúcidas palavras...
R.

 
At quarta-feira, 12 julho, 2006, Blogger zaok said...

beeeeeem... que passa ?

 
At quarta-feira, 12 julho, 2006, Blogger Z said...

Zaok, passa-se só coisas boas. :) Nao te preocupes. Já vos disse que nem sempre o que escrevo é o que sinto agora. Até podem ser sentimentos de uma outra pessoa que escrevo. Vidas paralelas. Imaginadas. Umas sonhadas, outras vividas. :) Fica tranquilo. Quando estou muito triste, nem escrever consigo. :) Beijos grandes, Zaok.
Sof.

 
At quarta-feira, 12 julho, 2006, Blogger Z said...

Pancreas, ;)
Beijinho.

 
At quarta-feira, 12 julho, 2006, Blogger Z said...

J, isso que escreveste pareceu-me escrito para mim. Mas nao pode ser. Foi só um desabafo teu, de certo.
Fico contente pelo que escrevo te ter ajudado a sair do limbo. Sejas tu quem fores, e seja isso o que for.
Ajudar é sempre bom.
XX, S.

 
At quarta-feira, 12 julho, 2006, Blogger Luísa Santos said...

Fico sempre sem palavras. Porque me vejo ao espelho? Porque transmites sentimentos? Porque comunicas para além das palavras? Não sei. Só sei dizer-te que é lindo ler o que comunicas. Seja sobre ti, seja sobre o que observas, comunicas e tocas. Sempre.

 
At quarta-feira, 12 julho, 2006, Blogger JOÃO said...

Faz aí uma selecção dos teus textos e poemas e começa a ir mostrar às editoras! A sério! Do it!!!
Vou-te começar a chatear com isso. :P

Mais uma vez, gostei muito. Gosto mesmo muito daquilo que tu escreves. Tens um estilo muito próprio.

 
At quinta-feira, 13 julho, 2006, Blogger Stranger said...

Tá bonito e com muita informação ;)
Se bem q no inicio é "ele/a" que está acabar aos poucos a existencia no final és tu quem acaba por "morrer".
Compreendo que esteja td bem ctg ao escreveres uma "coisa" destas, pq conheço bem outra pessoa que faz o mesmo que tu...descamba em palavras de dor e tristeza enquanto usa um sorriso na cara.
bjinho (o do costume)

 
At quinta-feira, 13 julho, 2006, Blogger Sérgio Mak said...

E tudo isto culpa do INEM dos sentidos, sentimentos e batimentos. Tivesse ele chegado a horas e o coração não deixaria de bater fosse em que sentido fosse...

Mas, este INEM tem uma virtude, assim que regista um coração que deixa de bater, outro novo mesmo que danificado põe no seu lugar. E parte para ir ter com outros corações, sempre com a esperança que estejam ainda a bater quando lá chegar...

E assim temos um ciclo vicioso, estilo Prometeu acorrentado, onde a morte e a vida se alternam como a noite e o dia...

 
At quinta-feira, 13 julho, 2006, Anonymous Anónimo said...

Consigo sentir perfeitamente o que escreveste… parece ser uma incrível coincidência… mas como Milan Kundera escreveu:
“ (…) Não se deve, portanto, criticar o romance por se fascinar com misteriosas coincidências… mas deve criticar-se o Homem por ser cego a essas coincidências na sua vida diária e assim privar a vida de uma dimensão de beleza (…)”
Beijinhos
Nikola

 
At quinta-feira, 13 julho, 2006, Blogger Z said...

Olá Mister Palou,
A morte é uma metáfora. No início parece que alguém está a morrer para mim. No final, mostro que eu quero é morrer para alguém, ser deixada esquecida, em paz, para que o outro se liberte, com a minha morte. Se depois fores ler tudo de novo, ves que tambem pode ser visto assim.
Dizem que quando se explica uma coisa, essa coisa perde um pouco a beleza.
Oops. :) E agora? ;)
Beijinhos, Mister Palou.

 
At quinta-feira, 13 julho, 2006, Blogger Z said...

Mak, que nao é nada mau, onde a morte e a vida se alternam como a noite e o dia...? Lindo. :)

 
At quinta-feira, 13 julho, 2006, Blogger Z said...

Joao e Luisa, como a Luisa diz frequentemente: voces mimam-me :)
Beijos grandes, queridos :)

 
At quinta-feira, 13 julho, 2006, Blogger Z said...

Nikola, adorei o teu comentário.
Sim, deviamos estar sempre atentos aos sinais. :) Que às vezes aparecem em formas de palavras em blogues e que nos falam coisas que andavamos a querer saber, ou em palavras de um amigo que nao sabe o quanto nos está a dizer, em coisas que vemos na rua, em músicas que passam na rádio... os sinais estao em todo o lado, só precisamos de deixar-nos entende-los. :) E seguir a nossa intuicao.
Beijinhos, volta quando puderes.
Sofia.

 
At quinta-feira, 13 julho, 2006, Blogger bacsilva said...

Um dia quero ler algo sobre a clássica sensação de se estar inserido no meio de tudo, incessante "burburinho" frio que nada nos diz. Sim? Pretty please ;)

 
At sexta-feira, 14 julho, 2006, Blogger NaLua said...

Muito bom...
muito bom mesmo!
Tenho um tio que diz que gostava de morrer de barriga cheia, a rebentar pelas costuras...

O meu sonho é morrer depois de uma noite de amor com uma mulher que realmente ame que me ame mais que tudo naquele momento...

 
At sábado, 15 julho, 2006, Blogger Z said...

Bruno, a encomenda está feita. :) Um dia escrevo sobre isso ;)
Beijinhos.

 
At sábado, 15 julho, 2006, Blogger Z said...

Nalua,
Eu gostava de morrer muito velhinha, ao lado de todos os que amo e me amam, e que morressemos todos ao mesmo tempo, para ninguém sentir a falta de ninguém. :) Até que voltássemos de novo. :) Juntos, outra vez.
;)
Beijos.

 
At quinta-feira, 20 julho, 2006, Blogger Z said...

91 n 60 :)
Beijo.

 
At segunda-feira, 07 agosto, 2006, Blogger Sofia Lobato said...

escreves muito muito muitíssimo bem. acho sinceramente que devias pensar em publicar.

 

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