11.30.2007

Ao vinho

Dizem que nasceste por acaso
Talvez por uma mão-cheia
De uvas esmagadas e esquecidas

Dizem que és da cor da terra,
Da rosa e do sangue
Que tens a cor da noite e também a do dia

Dizem que moves os homens
Que apressas a Primavera
E que foste tu quem inventou a alegria

Encontra-te comigo hoje
E à luz de uma garrafa
Vamos dar a palavra aos pensamentos

Na próxima noite é a lua que nos procura.

11.21.2007

Não tragam flores que eu sofro

No dia em que morreste
Morri eu também a olhar para ti
Meti-me para dentro de mim
E fechei a janela

Os meus lábios sabem-me a antigo.

Nem na morte espero dormir
Vou andar pelo Mundo
Qual cadáver acordado
Porque me culpo

Os meus lábios sabem-me a antigo.

Acendo um cigarro
Se bem que não fumo
E a minha boca velada
Não dirá nada

Os meus lábios sabiam-me a antigo.

Sou feliz agora morta
Longe dessa prisão fechada
Que era o Mundo sem ti.