9.15.2006

Silencios que te falam


Para ti tenho palavras e silêncios.
Mais silêncios que palavras.
Palavras tímidas que se embrulham na minha língua.
Que se escondem nos meus dentes e não se deixam sair.
Para ti tenho palavras e silêncios.
Ortografias comprometidas. Sintaxes desconhecidas.
E tu sorris mesmo quando não ouves nada.
Lês-me entre silêncios.
Amas-me entre palavras.

20 Comments:

At sexta-feira, 15 setembro, 2006, Anonymous Anónimo said...

amo-te em tudo o que escreves e leio-te nas memórias que me deixaste.
Tanto que gostaria de ver cumprir o que está escrito no céu.

 
At sexta-feira, 15 setembro, 2006, Anonymous Anónimo said...

Para ti tenho apenas silêncios... Não aquele silêncio que envergonha a palavra, mas sim o que rejubila o espirito; não o silêncio que desanima os lábios, mas o que abraça a verdade que não se exprime; não o silêncio que agasalha o corpo dos meus pensamentos despidos, mas o que revela o meu eu na sua perfeita nudez.

Na palavra de mim sou um muitos, dividindo-me nos ouvidos dos outros; no silêncio que te dou sou um comigo, indivisível em ti. E por isso na tua palavra o meu silêncio não é o meu eu que se refugia na noite: é o que a todas as horas encontra a sua manhã.

 
At sexta-feira, 15 setembro, 2006, Blogger Pedro Gamboa said...

Queria dizer quanto gostei…
Mas infelizmente nada me sai, acho que já nada sei…

 
At sábado, 16 setembro, 2006, Anonymous Anónimo said...

"Um amor feliz precisa do turbilhão das palavras, das frases aparentemente inúteis e sem sentido, precisa de adjectivos, de elogios, do ruído das banalidades. Não há felicidade que não seja tantas vezes fútil, tantas vezes inútil."

Miguel Sousa Tavares

 
At sábado, 16 setembro, 2006, Blogger João said...

Ora aí está uma boa explicação para os teus "leitores silenciosos", como lhes chamaste! :-P
Mais a sério: Gostei deste post; capta a essência do que ás vezes fica por dizermos, preso dentro de nós...e de como a cumplicidade entre dois seres pode superar isso.
Bjs

 
At sábado, 16 setembro, 2006, Anonymous Anónimo said...

Cada vez mais hoje em dia vejo casais sem cumplicidade, que não se compreendem em silêncio, que não se antecipam ou que não têm respeito um pelo outro

talvez às vezes exista uma intimidade física e rápida mas pouco sentida com pessoas com quem se está de corpo mas não de alma

quando perdemos a nossa "timidez" e deixamos de "temer" aqueles que amamos atravessa-se um ponto a que depois é difícil de voltar

bem bonita a tua descrição do que as coisas podem ser.
Gostei muito :)

 
At sábado, 16 setembro, 2006, Blogger Z said...

Queria deixar bem claro que ADORO os meus leitores silenciosos! E adoro os faladores :)
Beijinhos grandes.

 
At sábado, 16 setembro, 2006, Blogger Z said...

Sl, escreves tao bem...

(...) Na palavra de mim sou um muitos, dividindo-me nos ouvidos dos outros (...)

Adorei todos os sentidos e todas as frases. Gosto muito do que escreves. Palavra, que me deixas por vezes sem palavras.
Beijinho amigo.

 
At sábado, 16 setembro, 2006, Blogger Z said...

Joao, sim, disseste bem... cumplicidade. :) Sabe tao bem quando existe. :) Beijo grande.

Joaozinho, os casais que se contentam com os 80 por cento nunca saberao o que é amar... Está nas nossas maos arriscar. Tentar até morrer. :) Beijinhos.

 
At sábado, 16 setembro, 2006, Blogger Z said...

P. Star, já o disseste. :) Obrigada.

 
At sábado, 16 setembro, 2006, Blogger Z said...

R.
Turbilhao de palavras, e de silencios... :)
R, passou na TV agora o anúncio do Azeite Galo, está lindo. Lindo... :) Se nao me tirarem a fala... :)
Beijinhos.

 
At domingo, 17 setembro, 2006, Anonymous Anónimo said...

Gostei - gosto - destes três últimos que escreveste. Talvez porque a prosa poética, ficcional - (tanto quanto o seja, acabamos sempre por viver a ficção, ainda que com a bela Catarse à disposição) - talvez porque a prosa poética, ficcional, se tenha tornado o meu molde, gosto mais dos teus texto em prosa (embora nada prosaicos). Mas este poema dos silêncios também está bom, bem acomodado em si, sem interstícios. Até a palavra «Silencios», do título, lhe tirou o chapéu...

 
At domingo, 17 setembro, 2006, Blogger Z said...

Tiago,
Sim, fico mesmo contente que tenhas interpretado bem a falta de corpo sonoro da palavra do título. :) Foi uma coisa que fez sentido para mim mas pensei que não fosse facilmente apanhado. :)
Ainda bem que gostaste, apesar de não saber quem és.
Beijinhos.

 
At segunda-feira, 18 setembro, 2006, Blogger Z said...

Charlotte Gray. Acabei de ver este filme. Aconselho a todos...

 
At segunda-feira, 18 setembro, 2006, Anonymous Anónimo said...

Eu, como tu de mim, também não sei quem és. Mas não somos já só vozes na cabeça: já também as somos nos ouvidos ;) e nos olhos.

 
At segunda-feira, 18 setembro, 2006, Blogger ? said...

"lês-me entre silêncios
amas-me entre palavras"

...
absolutamente delicioso

 
At segunda-feira, 18 setembro, 2006, Blogger Z said...

Tiago, :)

 
At segunda-feira, 18 setembro, 2006, Blogger Z said...

? Fico contente, por gostares. Beijinhos. :)

 
At terça-feira, 19 setembro, 2006, Blogger Z. said...

ó da casa, a tasca tá um bocado abandonada...
e ainda falas dos outros, tsc, tsc.

 
At domingo, 24 setembro, 2006, Blogger Stranger said...

...e os olhos menina?! esses também falam... Bjinho

 

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