8.28.2007

Mosca da azeitona

Estavas sentado à minha frente no comboio. Olhavas para a mulher rechonchuda sentada a teu lado, para o casal de namorados aos beijos no banco de lá, olhavas para mim sem disfarce, para o meu reflexo no vidro da carruagem, para o teu reflexo junto ao meu, e voltavas a olhar para a mulher rechonchuda sentada a teu lado. Os movimentos dos teus olhos eram hexagonais, como uma mosca da azeitona.
Comecei a ficar impressionada contigo quando me apercebi que repetias os mesmos movimentos, metodicamente, sem que no entanto observasses nada. A mulher rechonchuda, os namorados, eu e os nossos reflexos, eram simples pontos de foco.
E tu, sem fisionomia, seguias invariavelmente a mesma rota sem nunca chegares a lado nenhum. Eu desviava o olhar um segundo exacto antes de me transformares num dos teus pontos de foco. Fazia-me distraída, para depois reconciliar o meu olhar em ti. Na tua camisa com a gola bem engomada que me falava do teu perfeccionismo. No teu cabelo militaristamente penteado que me apresentava o teu pai, que te deixava de falar quando o teu cabelo castanho – de encantos tamanhos – crescia uns infelizes centímetros. Barba, penso até que nunca tiveste. E tu continuavas com o teu olhar de pestanas longas e escuras perdido em movimentos hexagonais, sem nunca me encontrares a olhar para ti quando passavas os olhos no teu ponto de foco preferido. Era em mim que te demoravas mais.
Entraste no curso de medicina, porque o teu pai assim pensou que querias, ou não pensou que não quisesses. Quando tinhas quase seis anos, a meio de um jantar de família o teu pai disse-te, António, levante-se e pule até eu lhe dizer que pare. E tu pulaste, até que ele se enfadasse com o barulho dos teus pés no soalho, até que ele se incomodasse com o barulho dos teus pés no soalho.
Dei por mim a olhar para ti fixamente. Lembravas-me uma mosquinha das frutas, engrenada na sua rota sem sentido. Paravas o teu olhar na mulher rechonchuda que sentada a teu lado se agarrava a uma revista cor-de-rosa, entretendo-se com as notícias de uma tia que engordou, ou de um casal que se separou. Tu, voltavas a desviar o olhar, voltavas a apanhar o casal de adolescentes que sem pudor tentavam chegar com a língua ao céu-da-boca do outro.
Já deves ter reparado, António – quieto como és – nas tuas moscas volantes. Nas sombras que aparecem sozinhas no teu campo visual, quando ficas parado a olhar para o vazio. Tu, António – quieto como és – já deves ter notado as moscas que às vezes são pontos, outras vezes linhas, ou fragmentos de teias de aranhas, que flutuam morosas em frente dos teus olhos. Dos meus olhos. E depois piscamos e elas sobem. Desaparecem. Foi o que me aconteceu contigo. Eu distraí-me e perdi-te de mim. Levanto-me da minha cadeira, na carruagem, e sou novamente uma menina com medo de fantasmas num corredor enorme e escuro, que parece nunca mais acabar. Pisquei os olhos e desapareceste. Até voltares a aparecer no dia seguinte no jornal. Tinhas te atirado para a linha do comboio. Chamavas-te mesmo António, e tinhas quase 20 anos. Quase vinte anos e eu não fiz nada. Quase vinte anos e eu limitei-me a observar os teus movimentos hexagonais. Quase vinte anos e eu fui apenas um ponto de foco para ti. Pisquei os olhos e tu desapareceste. E eu serei para sempre a menina com medo do teu fantasma num corredor que nunca mais acaba.

57 Comments:

At sábado, 24 junho, 2006, Anonymous Anónimo said...

esta toca-me. não a fatalidade nem a metamorfose mas o nome. haaaaaaaaa, por outro lado, uma das maravilhas da vida é q podemos viver cada dia como se fosse o ultimo

 
At domingo, 25 junho, 2006, Anonymous Anónimo said...

Estive a ler um pouco do teu blog gostei.... escreves bem gosto da tua frontalidade. continua...

Nuno souto

 
At domingo, 25 junho, 2006, Blogger Humor Negro said...

Que belo texto Zofia. Gostei imenso!

 
At segunda-feira, 26 junho, 2006, Anonymous Anónimo said...

granda sofia lobo antunes ;)

beijinhos,
Hugo

VIVA PORTUGAL

 
At segunda-feira, 26 junho, 2006, Blogger Z said...

Obrigada, Joaooooo de Portugal, by the way, tenho de te dar os parabéns porque Portugal mereceu beber o sumo de laranja. Venham os bifes. ;) Beijinhos.
Portugal e Brasil na final, os meus dois países juntos, é o que eu quero...... eheheh, para depois nós sermos esmagados por nós. ;)
No primeiro nós leia-se Portugal ;) ehehe, sou ruim... :P

 
At segunda-feira, 26 junho, 2006, Blogger Z said...

Nuno Souto e Humor Negro, obrigada. Venham cá ler-me mais vezes. :) Beijinhos.

 
At segunda-feira, 26 junho, 2006, Blogger travis said...

Está lido. Não faço comentários para não fazer figura de parvo.
X

 
At segunda-feira, 26 junho, 2006, Blogger Z said...

Hugo, Hugo ;) Quem me dera, quem me dera. :) Estou um bocado repetitiva, estou um bocado repetitiva. Beijinhos, beijinhos. :) :)

 
At segunda-feira, 26 junho, 2006, Anonymous Anónimo said...

isso é código binário

 
At segunda-feira, 26 junho, 2006, Blogger Unknown said...

;)

Gracias!

 
At segunda-feira, 26 junho, 2006, Blogger Z said...

X, nao farias figura de parvo. :)
Os teus comentários sao bem vindos. :)
Beijinhos. :)

Curti o 'tá lido'. Eehehehe...
Um certo. Um visto. ;)

 
At segunda-feira, 26 junho, 2006, Blogger Z said...

Snark, isso de mandares comentários OTR é injusto. Know what I mean? :)
Beijinhos.

 
At segunda-feira, 26 junho, 2006, Blogger Z said...

? De nada. :) Beijinho. Eu é que agradeco. Nao, nao, eu é que agradeco. :P

 
At segunda-feira, 26 junho, 2006, Blogger Unknown said...

ai ai ai... eu insisto! então quem é mais velho??? vê lá! respeitinho aos mais velhos!

 
At segunda-feira, 26 junho, 2006, Blogger Z said...

22 do 11 de 81. E tu?

 
At segunda-feira, 26 junho, 2006, Blogger JOÃO said...

n sei bem pq, mas parece guião de curta metragem à portuguesa :)

gostei!

já reparei que falas muito em olhares nas coisas que escreves...

Beijinhos!

PS:tenho um antónio aqui mesmo ao meu lado...
PS2: o brainspotting tem perguntado por ti. ;)

 
At segunda-feira, 26 junho, 2006, Blogger Z said...

Tenho olhos muito grandes. Para te ver melhooooOOOOooorrrr. Beijo grande, amigo.

 
At segunda-feira, 26 junho, 2006, Blogger Sérgio Mak said...

Tic, tac, tic, tac o tempo passa, o António não muda, tic tac tic tac, o comboio vai, o António não sai tic tac tic tac o António não sai porque não pode sair, o antónio não muda porque não lhe cabe a ele mudar. O pai queria-o doutor, acabou revisor, numa qualquer linha da CP. Tic tac lá vai mais um bilhete que o António nem vê, tic tac tic tac a vida de António é um comboio sem paragens nem estações, que prolonga o seu rumo até ao tic tac final...

PS - Deu-me para isto hoje, com a medicação passa ;)

 
At segunda-feira, 26 junho, 2006, Blogger Unknown said...

Agosto, 22, 1976... enfim... respect miss zofia!

 
At segunda-feira, 26 junho, 2006, Blogger Z said...

Cota. Xalala...

 
At segunda-feira, 26 junho, 2006, Anonymous Anónimo said...

Adorei tua escrita, tua sensibilidade.
Cheguei aqui ao acaso e quando assim acontece a surpresa é ainda melhor.
Voltarei!
Ciao

 
At segunda-feira, 26 junho, 2006, Blogger Z said...

Pri, assidua-te. Assiduar-me-ei no teu blog também, ao que parece. ;) Beijinhos.

 
At segunda-feira, 26 junho, 2006, Blogger Z said...

Luis, grandes fotos. Volta sempre. Vou lá dando umas espiadas também. :)

 
At segunda-feira, 26 junho, 2006, Blogger SerendipityMan said...

Uma prosa delicios! Muito ao estilo que desenvolvo. Terei encontrado a alma gémea do Blogspot? ;)) A julgar pela configuração escolhida...

 
At segunda-feira, 26 junho, 2006, Anonymous Anónimo said...

o antonio nunca ira mudar.
o pai queria-o doutor mas aos 17 qd embarcou e os comboios usou nunca mais os largou.
a mãe queria-o aviador pq chegou primeiro q o unico postal q usou e pela europa toda viajou.
estive na eternidade e regressei.
sei como os mortos se sentiriam se voltassem a viver.
foi o q a mãe pensou pq o antonio tardou e quase não regressou.
regressou faminto e com sede de mais.
e pq não lhe davam mais, a profissão de revisor abraçou.

 
At segunda-feira, 26 junho, 2006, Blogger João said...

"... e eu não fiz nada".
Nem sonhas como este assunto e esta frase me tocam. Depois de leitura digna desse nome, fica o meu comentário...triste. Não pelo post, mas pelo tema, tão familiarmente doloroso.
Bjs, Sofia

 
At terça-feira, 27 junho, 2006, Anonymous Anónimo said...

"Chamó António, chamó António..."
Sofia, Portugal-Brasil na final? Não pode ser...na melhor das hipotéses será na meial-final.

Beijinhos

Rod

 
At terça-feira, 27 junho, 2006, Blogger Z said...

Serendipity, homem, obrigada pelas tuas palavras. :)
Escrita deliciosa? Soube-me mesmo bem :)
Beijinhos.

 
At terça-feira, 27 junho, 2006, Blogger Z said...

;) olá Snark. Tens algum blog?

 
At terça-feira, 27 junho, 2006, Blogger Z said...

João, lamento ter tocado num ponto tão sensível.

Gostava que olhássemos todos uns para os outros. Que quando perguntássemos Então, está tudo bem?, esperássemos pela resposta, porque nos interessamos, e se fosse um Não, não estou nada bem, realmente a ouvíssemos e tentássemos ajudar, nem que fosse apenas ouvindo.

Mas às vezes não podemos mesmo fazer nada. Mesmo nada. Está fora de nós. As coisas todas, as más e as boas, acontecem por uma razão. Mas então que razão há para um filho desaparecer e ser encontrado morto uma semana depois? Não há. Há é que tentar buscar um sentido no que não faz sentido nenhum. Ou então arranjar forcas para aceitarmos o que não podemos mudar. Não sei, é tudo tão difícil. Eu vou continuando a pedir protecção, saúde e amor.
Beijo grande.

Mark Twain disse uma vez (ou até muitas mais) que não há nada que nos aconteça que não consigamos suportar.
Eu tenho vindo a dar-lhe razão.

Ornatos
Para Nunca Mais Mentir

Para ver
Para dar
Para estar
Para ter
Para ir
Pra ouvir,
Pra sorrir e entrar
Para rir
Pra voltar
A tentar
Pra sentir
E mudar
Pra voltar a cair
Para me levantar
Para nunca mais tentar mentir

Pra crescer
Para amar
Para ser
O lugar
Pra viver
E gostar
De gostar
De viver
Pra fugir
Pra mostrar
Pra dizer
Pra ter paz
Pra dormir
Pra fingir acordar
Para ser
Derramar
Para nunca mais tentar mentir

 
At terça-feira, 27 junho, 2006, Blogger NaLua said...

Zofia,

Que graaaaaaannnnndddddeeeee malha, este texto.

Quando fez o discurso no Palácio Real de Estocolmo aquando do recebimento do prémio Nobel da Literatura, José Saramago disse:

"Chega-se mais facilmente a Marte do que ao nosso próprio semelhante..."


No poema "Notícia de Jornal", Chico Buarque d´Hollanda escreveu:

"... Ninguém notou,
Ninguém morou,
Na dor que era o seu mal,
A dor da Gente não sai no Jornal."


Eu, que não tenho o talento do José Saramago, nem do Chico Buarque, digo apenas, que:

Mal vai o Mundo e os Homens, quando não temos capacidade de olhar nos olhos de quem nos está próximo, e de lhe dar a mão enquanto essa proximidade no-lo permite.

Todos nós, sem excepção, temos cada vez um umbigo maior, tão grande que nos tapa a vista.

Triste fim o nosso, pobres patetas.

Zofia, por agora não a maço mais, nem aos seus leitores, de certeza continuaremos esta conversa noutra altura.

Obrigado pelo que escreve, e pela partilha da lucidez que parece ter.

 
At terça-feira, 27 junho, 2006, Blogger Z said...

NaLua,
Adorei o teu comentário.
Lembro-me dessa frase de Saramago, que merece ser repetida. E repetida. E repetida...

Muitos beijinhos.

 
At terça-feira, 27 junho, 2006, Blogger Brunito said...

No minimo, interessante!

 
At terça-feira, 27 junho, 2006, Anonymous Anónimo said...

Zofia,
Eu tento fazer o meu melhor mas sei que é pouco.
Um sorriso, um "Bom dia", uma pequena esmola...não vão mudar o mundo nem solucionar os problemas daquela pessoa. Talvez fazê-la esquecer por breves segundos o porquê da tamanha infelicidade que é a vida dela.
Dói-me imenso todo este sofrimento mas sei que é a Lei da Vida, e por isso tento abstrair-me.
O sofrimento faz parte do nosso processo de libertação, de crescimento enquanto seres humanos. Jesus Cristo foi traído pelos amigos, espancado até à morte por aqueles que ele tanto amou, e no entanto ele continuou a amá-los.
Nós não temos que passar por tudo isto, Ele era filho de Deus, tal como todos nós somos, mas passou, predispos-se a passar.
Zofia, num dos pensamentos do teu blog que é "A LEI DO ETERNO RETORNO", tens a resposta para todas estas questões...
Leiam o "Só o Amor é Real" de Brian Weiss, porque a vida é mesmo assim: só o Amor é real, tudo o rsto é paisagem.
Beijinhos Zofia



mas talvez Será que vão

 
At terça-feira, 27 junho, 2006, Anonymous Anónimo said...

...eu q nunca principio nem acabo,
nasci do amor q há entre Deus e o Diabo...
... eu tenho a minha loucura,
levanto-a como um facho a arder na noite escura,
e sinto espuma e sangue e cânticos nos lábios.
José Régio
não tenho blog, não quero ter e nunca irei ter.
acho q tenho um journal perdido algures no limbo.
é mt mais comodo saltar de blog em blog.
adoro rumble fish e outsiders. acho q isso faz de mim um marginal tb.
ou tv apenas um estranho numa terra estranha

 
At quarta-feira, 28 junho, 2006, Anonymous Anónimo said...

Estou aqui que nem posso.. Primeiro fala-se de Saramago (Blargh!!!).. e depois menciona-se talvez aquele que será um dos piores livros alguma vez escritos, a saber, "Só o Amor é real" de Brian Weiss. Tão mau, tão mau, tão mau... Triplo "blargh"...

R.

PS: O título do post também é mau mas mau! Ahaha...

 
At quarta-feira, 28 junho, 2006, Blogger Z said...

R,
Só o Amor é Real é um dos livros da minha vida. Insustentável Leveza do Ser, outro, e o Menino de Cabul, outro.
:P Vai já à livraria mais próxima. Ou à papelaria. Quando eu era pequena confundia as duas coisas. Podes ir se preferires a uma pastelaria. Ehehe...
Beijinhos miúdo. :)

 
At quarta-feira, 28 junho, 2006, Blogger Z said...

Snark, somos todos estranhos em terras estranhas. :)
Acho que já sei qual é o teu journal. Vou espreitá-lo assim que puder. Beijinhos.

 
At quarta-feira, 28 junho, 2006, Blogger Z said...

Brunito, obrigada :) Beijos.

 
At quarta-feira, 28 junho, 2006, Blogger Z said...

U're right Italian ;)
Como dizia o grande Fernando Pessoa, o resto são sombras de árvores alheias.
Beijos.

 
At quarta-feira, 28 junho, 2006, Anonymous Anónimo said...

Uaauuu... Mas que intensidade! :O
Fiquei fan, mas os teus textos se forem todos assim vão exigir moderação no consumo. Mesmo que tenha sido para ti que o António tenha olhado nesse dia, sinto-me como que tenha sido para mim que ele olhava...
Avalio a escrita pelo que me consegue tranmitir directamente ao coração, e para mim não melhora muito mais que isto! Para mim está no ponto! ;)

Beijo grande e continua
João =)

 
At quarta-feira, 28 junho, 2006, Anonymous Anónimo said...

o amor é irreal.
não se escolhe não se planeia.
ou se aceita ou não se aceita.
por vezes fica nas palavras da dona de um blog.
como qd saltamos de blog e blog e voltamos sempre ao mm.
vá lá saber-se pq

 
At quinta-feira, 29 junho, 2006, Blogger Z said...

Sim, Snark. É irreal. É real. E até surreal. ;) Por isso é que costumo dizer que o amor é tudo. ;)

 
At quinta-feira, 29 junho, 2006, Blogger Z said...

Beijo grande para ti, João Malhão. Que vida é tua? ;)
Obrigada pelas tuas palavras. O que eu quero é isso mesmo, tocar, fazer uma ligacao directa entre o cérebro e o coracao.

 
At segunda-feira, 03 julho, 2006, Blogger zaok said...

muito.. bom, gosto deste quadro de letras, arte *

 
At sábado, 08 julho, 2006, Anonymous Anónimo said...

wow... que maravilha... seria uma honra ter um texto dos teus pelo meu café...

www.poetrycafe.weblog.com.pt

mi escreve vai :P

Nuno

 
At domingo, 09 julho, 2006, Blogger Z said...

Danke, Zaok. :)

 
At quarta-feira, 28 fevereiro, 2007, Blogger Z said...

Bem, no outro dia vi a mesma pessoa no metro, que me inspirou a escrever este post.

 
At quarta-feira, 28 fevereiro, 2007, Blogger Unknown said...

Estou a ver que ja tens uma legiao de seguidores :)
E bem merecida.

 
At quarta-feira, 28 fevereiro, 2007, Anonymous Anónimo said...

Já não se pode morrer em paz. :>

 
At quinta-feira, 01 março, 2007, Anonymous Anónimo said...

Não devias ser só copywriter. Não devias não, não devias, não devias.
:)

Beijos

 
At sexta-feira, 02 março, 2007, Anonymous Anónimo said...

Outra vez este texto!?

 
At sexta-feira, 02 março, 2007, Anonymous Anónimo said...

Ah! este texto é anterior a eu aparecer por aqui! Está muito bom. gostei muito :)
Especialmente daquela parte da «menina com medo do teu fantasma num corredor que nunca mais acaba» gostei muito da descrição...Infelizmente não podemos ajudar todas as pessoas com quem nos cruzamos e também há problemas que talvez não se consigam mesmo resolver, mas uma coisa é certa somos sempre livres de escolher fazer o que bem entendermos mesmo que muitas vezes não pareça...
Mas este texto e o teu último comentário fizeram-me lembrar de uma coisa que detesto inerente ao facto de vivermos numa metrópole como nós vivemos. E eu sempre vivi por aqui. É que às tantas as pessoas podem desaparecer na multidão, a vida leva-as, pode ser um amigo, uma amiga, uma paixão, um rival,um ódiozinho de estimação :). mas às tantas PUF!
Encontras numa festa uns anos depois ou a passar por ti no trânsito como já me aconteceu...
(-Hey! I used to Know you)
Amo demais Lisboa, adoro todas as coisas que temos, as condições que são melhores, os cinemas , os teatros, a noite, a praia,etc
mas de vez em quando quando estou numa esplanada em que não conheço ninguém ou numa noitada com pessoas que não conheço de lado nenhum, ás vezes apetecia-me ir viver para um sítio qualquer onde se possa jogar matraquilhos :) com os amigos e as pessoas te conhecem desde sempre...
Não te sei explicar muito melhor do que isto mas é talvez a falta de um sentimento de pertença, por estar num sítio demasiado grande e abrangente ou por ter a sensação de que as pessoas por aqui vivem muito isoladas e sozinhas no entanto é uma sensação que me perturba...

 
At sexta-feira, 02 março, 2007, Anonymous Anónimo said...

nem todos os caminhantes estão perdidos.
mas nunca estamos dispostos a aceitá-los tal como são,
mas sim como queremos que sejam.
quebra-se a magia,
quebra-se o encanto,
e procuramos o arbusto mais alto

 
At segunda-feira, 05 março, 2007, Blogger B.A.B.E. said...

q arrepio de bom!

 
At segunda-feira, 05 março, 2007, Blogger Z said...

Obrigada. :)

 
At quinta-feira, 15 março, 2007, Blogger T said...

One word: Absolutely frightening fucking great dellicious!

;)

Tânia (da mesa atrás)

 

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